sexta-feira, 7 de novembro de 2014

16. Tartarugas voadoras e ursos empenados

O primeiro dos animais estranhos que os Croods encontram nesse novo cenário é uma enorme tartaruga voadora.



Mas algum dia existiram tartarugas voadoras? Foram encontrados fósseis desses bichos?

Negativo, tartarugas não voam. São pesadas demais. 

Apesar de não voarem, as tartarugas marinhas são excelentes nadadoras, e nadam com graça e surpreendente agilidade com suas grandes patas transformadas em nadadeiras.



A água compensa seu peso, e uma tartaruga marinha nadando tem o mesmo comportamento de uma ave voando.

Para voar, pássaros, morcegos e pterossauros, os únicos vertebrados verdadeiramente voadores, foram selecionados evolutivamente para terem esqueletos muito leves. 

Já as tartarugas são animais que desde o começo de sua evolução foram selecionados na direção do esqueleto mais espesso e mais resistente, colocado por fora do corpo. 

Os ancestrais das tartarugas eram animais pesados e lentos como o pareiassauro.




O pareiassauro surgiu há pelo menos 265 milhões de anos, muito antes dos dinossauros. Costelas fortes blindaram seus órgãos vitais e permitiram maior chance de sobrevivência contra predadores. 



Com o passar de gerações e gerações, os animais que nasciam cada vez mais parrudinhos aumentavam suas chances de sobrevivência e tinham mais chances de gerar descendentes. E quanto mais robustos ficavam, mais pesados e mais lentos.

Os pareiassauros e as tartarugas suas descendentes somente sobreviveram porque tinham metabolismo lento (o que garante longas vidas) e eram robustos; porque se fossem frágeis e dependessem da agilidade, não teriam chance contra os dentes do pessoal.



Somente as melhores carapaças garantiram longas vidas, portanto maior número de acasalamentos e consequentemente mais filhotes. 

Ter uma carapaça resistente é uma defesa usada por muitos animais, inclusive alguns mamíferos, como o pangolim.


É uma estratégia que funciona bem. Será que copiaram das tartarugas? — Só brincando.

Houve um tempo em que não havia animais sobre a terra que não tivessem escamas. Os ancestrais de dinossauros, aves e mamíferos não possuíam nem penas e nem pelos — todos eles tinham escamas.



Até hoje você encontra mamíferos com escamas, como o pangolim e o tatu.



Mas se as escamas oferecem a vantagem da blindagem, porque ao longo da evolução prevaleceram os animais mais desprotegidos, cobertos com pelos ou penas?

Animais peludos e empenados são todos eles ágeis, porque são leves e eficientes no consumo da energia dos alimentos. 

Enquanto todos os mamíferos com escamas são lentos e dependem de suas escamas grossas e técnicas de enrolamento para evitar serem devorados. Uma estratégia que funcionou com as tartarugas.

E como as escamas se transformaram em pelos ou penas?

Para explicar isso, vou recorrer ao próximo animal do filme:

Assim que veem a tartaruga voadora, nossa família de heróis é surpreendida por esse mamífero cheio de penas, que lembra vagamente um urso.



Existiram ursos empenados? 


Ou melhor, será que algum dia existiu algum mamífero com penas?

É quase certo que não. Isso é altamente improvável porque nenhum mamífero com penas chegou até os dias de hoje, não há nenhum registro fóssil de penas recobrindo mamíferos — penas não são uma tendência evolucionária dos mamíferos.

Tipicamente, os mamíferos desenvolveram pelos, enquanto alguns dinossauros e aves suas descendentes desenvolveram penas.

Então como as escamas viraram pelos e penas? 

Uma mutação bem simples:

Mamíferos e aves desenvolveram as escamas por caminhos diferentes. Pense em pelos como sendo escamas moles muito longas e finas. Pense em penas como sendo escamas duras, muito longas e ramificadas



Qual a vantagem de ter pelos ou penas em vez de escamas? 

Com menos material (portanto menor necessidade de alimentos e menos peso para carregar), pelos e penas oferecem melhor conservação do calor do corpo. São mais eficientes na conservação da energia corporal.

A grande área superficial das escamas e sua pouca espessura faz com que não apenas retenham pouco calor, como também ajudam a dissipá-lo.

O caminho da evolução das penas é evidenciado por uma ave bem primitiva, quase um dinossaurozinho: 



O kiwi (aquela pobrezinha daquela ave do ovo gigante, coitada) possui penas tão pouco ramificadas e macias que até parecem pelos. São penas em um estágio inicial de evolução.

O terceiro animal estranho que os Croods encontram em sua jornada no novo mundo são aqueles elefantinhos invocados.



Eles têm o tamanho de ratos grandes ou coelhos, e o que não têm de tamanho têm de marrudinhos.

E por incrível que pareça, esses bichos estão mais próximos da realidade que a maioria dos outros que vemos no filme  — aí está um animal que foi selecionado por outro caminho pela evolução.

Houve um tempo, há 65 milhões de anos, em que todos os grandes dinossauros e todas as grandes aves foram extintos por uma grande catástrofe que abalou todos os ecossistemas do planeta.

A comida era pouca, e somente animais pequenos conseguiam sobreviver.

No início, réptéis, aves e mamíferos sobreviventes eram todos pequenos. Com o tempo, começaram a se diversificar e depois começaram a crescer.

Há 56 milhões de anos os antepassados dos elefantes não eram muito diferentes deste bichinho fofo aqui:



De animais do tamanho de coelhos como o hírax descendem todos os elefantes e também as vacas marinhas o peixe-boi, o dugongo e o manati.



Como sabemos disso? 

Comparando seus esqueletos. Cada família de animais possui características que não mudam muito, como a divisão e o formato dos ossos do crânio.


O rascunho dos elefantes está todo no crânio desse baixinho
A anatomia comparada permite saber quem descende de quem. E a análise genética comprova, porque mutações surgidas lá atrás no tempo em que só havia híraxes ainda são encontradas nos genes dos elefantes atuais.

Os híraxes também são gregários, vivem em bandos como seus parentes maiores; e são muito peludos, ao contrário dos elefantes.

Por que os elefantes não têm pelos?

Porque quanto maior o bicho, mais calor ele produz. 

Um gato ou coelho precisa ser peludo para reter o calor; já uma vaca pode usar uma cobertura mais leve; mas o elefante precisa se livrar do excesso de calor — por isso que ele tem grandes orelhas de abano, elas servem para ajudar a refrescar.

Essa evolução ocorreu no tempo dos Croods? Eles teriam encontrado elefantes miudinhos em sua época?

Não daquele tamanho. O mínimo que iriam encontrar seriam híraxes, que continuam por aí em regiões isoladas da África.



Animais já com todas as características dos elefantes estão por aí há dezenas de milhões de anos. Os humanos conviveram com espécimes até maiores que os atuais, já extintos, como os mamutes e os ancestrais dos elefantes modernos.

E falando em tamanho, lembrei do assunto da semana que vem:

O outro animal super esquisito que os Croods encontram, as baleias terrestres.

Mas isso merece uma postagem exclusiva.

Um abraço,

Jeff

Crédito das imagens / Para saber mais:
Croods: Dreamworks Animation
Pareiassauro: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pareiasaurus
Tartaruga: http://www.worldwildlife.org/species/sea-turtle
                 http://pt.wikipedia.org/wiki/Testudinata
                 http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-2314541/Turtle-shell-withstands-15-minute-attack-alligator-fails-crack-shell.html
Pangolim: http://animalfacts-pictures.blogspot.com.br/2011/06/pictures-of-pangolins.html
                   http://pt.wikipedia.org/wiki/Pangolim
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:A_Bengal_Tiger_(Panthera_tigris_tigris)_with_Indian_Pangolin(Manis_crassicaudata)_Tadoba_Tiger_Reserve_Maharastra.jpg
Pena: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pena
Pelo: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pelo
Elefante: http://en.wikipedia.org/wiki/Elephant#Evolution_and_extinct_relatives
Hírax: http://en.wikipedia.org/wiki/Hyrax
Peixe-boi: http://pt.wikipedia.org/wiki/Peixe-boi
Elefantes: http://en.wikipedia.org/wiki/Elephant
                http://humanorigins.si.edu/research/east-african-research/adventures-rift-valley- interactive 

domingo, 26 de outubro de 2014

15. O jardim do Éden

Com a perda da caverna, nossa família de heróis cavernícolas descobre que havia um novo mundo repleto de maravilhas ao seu alcance... um Paraíso inexplorado.


Sensação parecida com a que tiveram nossos primeiros antepassados africanos ao migrar das regiões desérticas do norte da África para o paraíso tropical que eram então o hoje deserto do Saara e o Oriente Médio.



Sim, hoje essas regiões são desérticas, mas há dezenas de milhares de anos a vegetação e a fauna por lá permitiam bons padrões de vida (para homens das cavernas).

Conhecendo a arte rupestre desses povos, é possível reconstituir toda a trajetória que liga os primeiros africanos às primeiras civilizações. 

Para quem pensava que os egípcios chegaram aqui em naves espaciais, lamento informar:



É, eles deixaram suas marcas nas cavernas antes de começar a construir pirâmides. Uns 5 mil anos antes de "o mundo ser criado" conforme o livro sagrado dos hebreus.

E quando começaram a construir pirâmides, foi na base da tentativa e erro. Nenhum ET veio ensinar como se faz. Eles foram errando e acertando a engenharia até chegar nas pirâmides clássicas que todo mundo conhece.


Pirâmides de Ka, Djoser e Snefru. 
As pirâmides "feias" não saem muito na mídia.  
Entre o mítico maravilhoso e a realidade, penso que a realidade é mais maravilhosa. 

Prefiro ficar somente com as evidências concretas descobertas pela Ciência e que podem ser comprovadas, elas estão espalhadas pelos museus do mundo todo.

Fatos:

Em tempos mais recentes, quando os caldeus migraram da Mesopotâmia (antiga Suméria) carregando com eles seus mitos, como o dilúvio universal e a árvore sagrada da criação, um desses locais com vegetação luxuriante próxima aos sumérios era uma região que existe até hoje chamada Aden. Ou de acordo com a pronúncia, Eden. Fica no Yemen, na península arábica.

E lá foi escolhido o cenário para os mitos que depois seriam eternizados e causariam confusão até hoje.


O arcanjo Miguel expulsando o demônio... ops... quer dizer... versão babilônica do deus-sol dos sumérios expulsando o monstro do caos do Paraíso
Os caldeus que migraram para a terra prometida e os hebreus no cativeiro tiveram acesso a essas representações míticas...
Os jardins de Aden eram famosos nos tempos dos sumérios, tão verdejantes e bonitos que os sumérios concluíram que ali seria o local que os deuses escolheram para a criação da humanidade. 

Aden era o lar de Adapa, personagem do mito sumério da Criação. 

Adapa era um pescador da primeira geração de homens, criada pelos deuses para os servir. Adapa armou um barraco com o deus do vento, quebrando suas asas, e foi chamado aos céus para dar explicações a An, o todo poderoso deus do céu

Logo na entrada foi tapeado por Enki, o deus-serpente senhor da terra, que o orientou enganosamente a comer determinada comida e não outra que lhe seria oferecida por An no paraíso. 


Enki e An.
Enki é um ser metade humano e metade serpente.
Ao recusar a comida que lhe daria a vida eterna e optar pela iguaria recomendada pela serpente enganadora, Adapa ofendeu a An e acabou expulso do Paraíso, fazendo com que a humanidade perdesse o direito à imortalidade.

Com o tempo e as migrações, e as mudanças de idioma, a lenda de Adapa virou a lenda de Adama, da mesma forma que os nomes evoluem e se transformam. Yeshua virou Iesous que virou Jesus, Juan virou João, etc., daí a origem de Adam, Adão. Que além de barro, também quer dizer Humanidade.

Pois é, mais um mito sumério levado pelos caldeus emigrados à terra prometida (que já tinha donos) e imortalizado no livro sagrado dos hebreus, causando uma confusão tremenda e servindo para muito sacerdote viver um vidão até hoje.

E que foi devidamente adaptado à nova condição:

Agora instalados em Jerusalém, os sábios sacerdotes declararam que Deus em pessoa botou o pé na lama e coletou o pó do local com suas próprias mãos para modelar Adão em massinha de barro... 

Ué, mas essa estória não tinha sido no Paraíso?

Pois é, nas escrituras Jerusalém passou a ser o local do Paraíso. Por coincidência, a capital do reino hebreu na época.



O local ficou tão sagrado que os fiéis de Maomé tomaram conta do lugar e construíram uma mesquita em cima do local onde o prepúcio do filho de Abraão foi cortado, vizinho ao local do templo erguido para guardar a arca que transportava Deus em pessoa e derrubou as muralhas de Jericó, templo que foi destruído pelos romanos que vieram, viram, venceram e adotaram a nova religião que eles ajudaram a criar quando crucificaram Jesus e expulsaram os hebreus, que acabaram voltando para a terra prometida, e agora ninguém mais se entende. 

A arte da política e do sacerdócio é complicar ao máximo para lucrar com a pilhagem e vender a salvação das almas a bom preço.

Crie um mundo fabuloso a ser temido e do qual somente você tem conhecimento dos meandros, venda o roteiro para que as almas não se percam pela eternidade no futuro, e viva no presente rodeado do ouro das oferendas, dádivas, dízimos, lucros das vendas de vidrinhos com água do rio Jordão, tijolinhos plásticos de 200 reais ou lencinhos bentos anti-radiação nuclear.


sacerdotes de Dagon, 2500 aC — papa, 2000 dC

Tem sido assim desde o começo da Humanidade, e não faltaram pessoas tentando dar algum sentido a todo esse caldo de culturas misturado em um único livro sagrado.

E como os homens são criativos (e outros são crédulos), explicações cada vez mais mirabolantes foram engendradas para explicar(?) as contradições. 

Nem todo mundo embarcou nessa canoa por má-fé; muita gente acreditou piamente nas coisas relatadas. E morreu maluca por causa disso. 

Ou ganhou muito dinheiro. 

Claro, depois de milhares de anos de confusão cimentada na cabeça das pessoas desde criancinhas, para se livrar dessa programação e obter entendimento é necessário ler vários livros e pesquisar várias fontes. 

Mas infelizmente algumas fontes complicam mais do que explicam.



Como dá mais trabalho encontrar e pesquisar boas fontes do que comprar e ler um único livrinho com todas as explicações, mesmo que não façam o menor sentido, ou ouvir um cara convincente de que sabe todas as respostas, a imensa maioria do pessoal se contenta em pagar 10% para um atravessador fazer a parte chata da coisa e entregar tudo mastigadinho.

Em pílulas semanais em contrapartida de doações espontâneas.

Fatos são pesquisáveis e comprováveis; dogmas servem para amedrontar e subjugar.

No século 19, quando a arrogância positivista e vitoriana que pensava tudo saber ditava que trens nunca poderiam viajar a mais de 40 km/h, porque os passageiros morreriam sufocados, e máquinas mais pesadas que o ar nunca sairiam do chão, muitas teorias explicadoras tentavam conciliar as tradições religiosas com as parcas evidências científicas de então.

Em uma época em que nada se sabia sobre o deslocamento das plataformas continentais, e julgava-se possível que continentes afundassem, aventou-se a possibilidade de continentes desaparecidos como os da Atlântida, Mu e Lemúria para explicar a similaridade de fósseis em locais separados por oceanos intransponíveis. 

Assim como alguns hoje levam a sério as manchetes sobre discos voadores, os vitorianos levaram a sério essas teorias, como se comprovadas fossem.

Uma das imagens que se fazia do mundo então incluía o continente perdido de Mu (supostamente existente em 70 mil aC):



Hoje sabemos que a realidade é bem diferente:



O fundo dos mares foi completamente mapeado por ecos de radar e perturbações da órbita dos satélites, a placa tectônica do Pacífico mergulha por baixo da placa da Ásia e causa terremotos no Japão, e não existe nenhum continente afundado lá embaixo.

Minha dica:

Leia, pesquise e tire suas conclusões. Saiba separar o joio (erva daninha) do trigo. 

Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará, já dizia o filho do homem.

Não se entregam pérolas aos porcos, porque eles as mastigarão e destruirão sem capacidade de apreciar sua beleza. 
Ahh... tá... ok, então.

Saiba identificar as pérolas de educação moral existentes nas obras filosóficas e livros sagrados, e filtre os relatos míticos herdados da ignorância de nossos antepassados usando como critério os livros científicos.

Se ambas expressam visões diferentes da verdade, Religião e Ciência não podem entrar em conflito. Se entram, uma das duas está errada.

Ah, importante:

Também saiba identificar o que é puro delírio e fantasia... 

O fato de um livro ser muito lido não atesta a sanidade do autor.  

Muito menos dos leitores.

Ou então, continue acreditando piamente, se você ainda não aprendeu a interpretar linguagem figurada e considere contra todas as evidências que o mundo tenha ao pé da letra apenas 6 mil anos e que a cena abaixo seja verdadeira. 


Eva brotando da costela do coitado do Adão... graças a Deus, foi cesárea e não parto natural.
Não quero tirar a fé de ninguém; se você tiver menos de doze anos, continue acreditando.

Se você tiver mais de doze, sugiro pesquisar um pouco mais e interpretar a passagem bíblica da expulsão do Paraíso como uma metáfora (descrição simbólica) sobre o processo civilizatório do homem.

Homem que, para poder conviver em sociedade, teve de abandonar sua natureza animal, foi obrigado a abandonar a caça e coleta, passando a trabalhar no pastoreio e agricultura, e teve necessidade de se vestir e construir cidades. Passou a ganhar a vida com o suor de seu trabalho e foi obrigado a tornar o sexo em algo controlado e não exposto ao público.

Depois desse salto em direção à civilização, nunca mais poderia retornar à vida simples dos animais irracionais — a partir do momento em que adquiriu o conhecimento, nunca mais poderia retornar àquele paraíso.

A propósito, taí uma confusão dos diabos [literalmente]: 

O que está escrito no livro (nas traduções mais próximas ao original), o grande pecado foi provar do fruto proibido do conhecimento, e não do sexo — se você tiver menos de doze anos, sexo é aquilo que a abelhinha faz com a flor. 

O pessoal esperto aproveitou essa interpretação dúbia para botar a molecada comportadinha, negociando a virgindade das filhas (ou o compromisso marital dos filhos, conforme a lei da oferta e procura de cada sociedade), evitando netos antes da hora para não ter que repartir os rebanhos e bens da família, alegando que essa era a vontade de Deus.



Ih, olha lá, um ser metade humano e metade serpente... onde já vi isso?
Fala sério, você acha mesmo que logo Ele, que criou o playground e botou toda a bicharada para procriar, ia proibir a brincadeira apenas para o homem e a mulher?

Por isso que tem aquela contradição, uma hora Ele amaldiçoa a Humanidade inteira por causa do sexo (o qual, segundo o livro, Ele mesmo inventou. E espalhou por todo o reino animal e vegetal), e depois manda o pessoal crescer e multiplicar na base do 1x1.

Diz o livro que as mulheres foram condenadas ao parto com dor por culpa da fraqueza de Eva. 


Não é moleza ser uma mamãe kiwi.
Mas o livro não explica o porquê de todas as fêmeas de mamíferos (e as fêmeas de kiwis) também serem condenadas ao parto dolorido.

Ou você acha que as fêmeas das hienas gostam de não ter abertura vaginal e dar à luz dez filhotes de cada vez, todos através do clitóris?

Não consegue imaginar?

Bem, é mais ou menos como um homem se tornar mãe pelas vias normais. Ui!

Um abraço, 

Jeff 

Créditos das imagens / Para saber mais:
Croods: Dreamworks Animation 
Saara: http://bibliotecasliticas.blogspot.com.br/2009/01/la-primera-biblioteca-que.html
Pré-egípcios: http://www.ankhonline.com/nubie_egypte/nubie_egypte_contexte_negro_africain.htm
Adapa: http://en.wikipedia.org/wiki/Adapa
           http://faculty.gordon.edu/hu/bi/ted_hildebrandt/OTeSources/01-Genesis/Text/Articles-Books/Andreasen_AdamAdapa_AUSS.pdf
Arcanjo Miguel: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Chaos_Monster_and_Sun_God.png
Jerusalém: http://edition.cnn.com/2014/10/30/world/meast/temple-mount/index.html?hpt=hp_t3
                 http://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_do_Templo
Enki: http://en.wikipedia.org/wiki/Enki
An: http://pt.wikipedia.org/wiki/An

Mapa da Lemuria: www.readingthemaps.blogspot.co.nz
Mapa do fundo oceânico: http://mundogeo.com/blog/2014/10/06/satelite-cryosat-fornece-dados-para-mapa-do-relevo-oceanico/
Lemurianos: http://pt.fantasia.wikia.com/wiki/Lemúria_teosófica
Visão medieval da Criação: http://thejesusquestion.org/2012/09/18/culture-is-gods-idea/
Kiwi: https://geophagus.wordpress.com/2009/07/27/the-kiwis-egg/
Hienas: http://www.bbc.com/earth/story/20141028-the-truth-about-spotted-hyenas

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Explicação e um pedido de desculpas aos leitores

Peço desculpas pela interrupção temporária das postagens neste blog.

Talvez você tenha reparado que algumas postagens incompletas foram publicadas e removidas, e agora entrou a postagem de número 30 logo após a de número 14.

Essas postagens estavam programadas para serem publicadas, mas devido ao problema abaixo não consegui acesso a tempo de impedir sua publicação antecipada.

O que ocorreu é que minha internetim é muito chinfrim.

Quando minha internet de 1 GB fornece mais do que 60 kbps já é motivo de comemoração, e isso só acontece durante a madrugada, quando aproveito para resolver assuntos de trabalho e manter o blog Minha Primeira Moto.

Ultimamente a velocidade de comunicação tem sido indecente, o que está inviabilizando as pesquisas de temas e imagens necessárias para este blog.

Retomarei as postagens assim que resolver esse problema da internet. 

A melhoria das telecomunicações seria um dos legados da copa... ah, esquece.

Um abraço,

Jeff

quinta-feira, 5 de junho de 2014

XX. Douglas, o cãocrodilo

Um dos animais mais bizarros e improváveis dos Croods é o cãocrodilo Douglas.

Somente os artistas para imaginar um crocodilo atarracado e com pernas como as de um cachorro, certo?

Bom, não sei se eles chutaram ou pesquisaram, mas animais como o Douglas realmente existiram, embora certamente nenhum agisse como ele. 


Mas em alguma época houve crocodilos em miniatura como o Douglas?

Lembra da época de ouro dos crocodilianos, antes dos dinossauros dizerem que o planeta era deles?

Nesse período, crocodilos de todos os tipos preencheram todos os nichos ecológicos e alguns continuaram a existir até há bem pouco tempo (geológico).


Tinha bichos bem ligeiros, como o Kaprosuchus, um dinossauro galopante de terra firme, um leopardo para os padrões crocodilianos.

Um desses cãocrodilos existiu até há uns 90 milhões de anos, e temos fósseis dele aqui no Brasil: o simpático Mariliasuchus.


Ele era daquele mesmo tamanho do Douglas, mas tinha a mesma inteligência que qualquer jacaré, ou seja, não era muito criativo e certamente era incapaz de desenvolver um relacionamento afetivo conosco, se tivessem tido a oportunidade de conviver com humanos

O motivo para isso está no tamanho e formato do cérebro.

Vive sorrindo porque não pensa ou não pensa porque vive sorrindo?
Quanto mais complexo o cérebro, maior o espaço ocupado, e maior a capacidade de fazer mais do que comer, dormir e se reproduzir.

O cérebro dos répteis contém o hardware e o software suficientes apenas para garantir a sobrevivência.

O exemplo máximo de "inteligência" que um crocodilo é capaz de demonstrar está na técnica de caça com gravetos durante a estação de acasalamento das aves.

Pássaros à procura de gravetos para seus ninhos não percebem o crocodilo escondido debaixo deles. Esse comportamento foi documentado e não deixa de dúvida de que é intencional

Quanto à afetividade, só o instinto de proteção da prole:

A mamãe crocodilo monta guarda perto do ninho (os ovos são chocados pelo calor do sol e das folhas em decomposição).

Quando chega a hora de os filhotes nascerem, ela os ajuda a romper a casca dos ovos e os carrega na boca (sem comer nenhum) até o rio/lagoa mais próxima. 

Ô, vida boa...
Pai e mãe se preocupam com o sucesso de todos os ovos e, na medida do possível, afugentam outros crocodilos numa tentativa de prolongar ao máximo a vida de sua prole.

Crocodilos também são mais versáteis do que você imagina:

Pelo menos não sai voando...
Mas pode sair correndo e dar seus pulinhos (a corrida começa aos 30 segundos):



Nenhum crocodilo é capaz de aprender truques. 

Bom, na verdade, houve sim um único crocodilo que foi domesticado, o Poncho:


Ele e seu domador Chito exibiam essa amizade para os turistas na Costa Rica, até que o bicho morreu há alguns anos.

Poncho se tornou dócil apenas porque na infância (jacaré tem infância?) levou um tiro na cabeça que afetou seu instinto de atacar. Era cego e dependia do homem para se alimentar, e até um bicho de inteligência limitada entende que não se morde a mão que te alimenta. 

A menos que a fome seja muita.

Mas correr atrás de um objeto e devolver ao arremessador é uma brincadeira, e só consegue brincar quem é capaz de entender as regras do jogo

Apesar do enorme sorriso, os crocodilos levam a vida muito a sério.

Um abraço,

Jeff

Créditos das imagens / Para saber mais:
Croods: DreamWorks Animation
Paisagem: Livro Dinosaurs de Steve Brusatte, Quercus Publishing, reproduzida em http://phys.org/news141994803.html
Kaprosuchus: http://en.wikipedia.org/wiki/Kaprosuchus
                     http://www.theguardian.com/science/2009/nov/19/galloping-dinosaur-eating-crocodiles
Mariliasuchus: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mariliasuchus
Foto do mariliasuchus: gloriaishizaka.blogspot.comMariliasuchus: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mariliasuchus
Comportamento maternal: https://www.alligatorfarm.com/Research_CrocsAsParents.html
Crocodilo trepador: http://www.sciencedaily.com/releases/2014/02/140210184547.htm
Poncho e Chito: http://www.insidecostarica.com/dailynews/2011/october/23/costarica11102302.htm

quarta-feira, 14 de maio de 2014

14. Quase o fim do mundo

O mundo quase acabou para os Croods quando um terremoto intenso destruiu sua caverna. Não fosse o velho e bom Grug, o filme acabava em menos de meia hora.



Assim como para os Croods, a humanidade esteve à beira do fim do mundo diversas vezes, tantas que você não faz ideia. 

Em uma dessas vezes, a população foi tão diminuída que estima-se que apenas uns 1000 casais sobreviveram espalhados por todo o globo, e deles nós descendemos.


Uma das teorias mais conhecidas para explicar esse "gargalo genético" existente na história dos cromossomos humanos e de diversos outros animais era, até pouco tempo, a erupção do supervulcão Toba, há cerca de 73 mil anos.




Grupos pequenos ficaram isolados, facilitando o acasalamento (ainda não havia a instituição chamada casamento) entre parentes, o que facilitou e acelerou a taxa com que mutações se espalharam entre a população.


No entanto, estudos recentes afirmam que, apesar de as cinzas desse vulcão indonésio terem chegado até a África, sua quantidade não teria sido suficiente para provocar tamanha alteração climática. Será? Tenho minhas dúvidas quanto a isso.


Haveria outro candidato na mesma época para ser o causador dessa catástrofe que quase destruiu a humanidade?


Sim, mas não uma ameaça vulcânica: uma ameaça extraterrestre.




Esta é a cratera Lonar, localizada na Índia. Surgiu pelo impacto de um grande meteorito, supostamente há 75 mil anos. 


Hoje é um lago com 1,2 km de diâmetro. No momento do impacto, toda a rocha e solo faltantes foram pulverizados e se espalharam pela atmosfera. 


25 mil anos depois, outro grande meteorito caiu no que hoje são os EUA. Também tem 1,2 km de diâmetro, mas na época ainda não havia humanos nas Américas. 




Foram impactos muito mais potentes do que uma bomba atômica. A maior cratera produzida pelo homem tem apenas 0,4 km, é essa aí debaixo. 


Nos anos 60, quando ainda não se sabia que meteoritos podiam causar impactos explosivos iguais às crateras criadas pelas bombas atômicas, muitas crateras que hoje sabemos serem de impacto eram atribuídas a vulcões, até mesmo as lunares.



Parece uma cratera lunar, mas foi feita pelo homem.

Já havia humanos na Índia quando a cratera Lonar foi aberta, e para quem viu (e sobreviveu) foi algo monumental, inesquecível, somente explicável pela ação de deuses. 

O relato foi transmitido de geração em geração até que foi colocado em um livro sagrado.


E assim os deuses em batalha nos céus acabaram atingindo a Terra com uma arma poderosíssima. Mas essa explicação não convence a todos, há os acreditam que isso prova que os deuses eram astronautas.



Você já viu deuses parecidos. São sumérios e seus deuses voando nos céus.
E aquele deus em forma de peixe... reparou no chapéu de cabeça de bagre mitra?

Mas em Ciência não existem dogmas nem verdades absolutas: novas pesquisas apontam uma data de formação muito mais antiga para a cratera Lonar, coisa de 570 mil anos. Então talvez nenhum humano tenha testemunhado o impacto. Novas pesquisas definirão a data exata, espero eu.

Há 12.900 anos, a grande maioria da megafauna existente foi extinta por uma mudança climática. Alguns atribuem isso a um impacto na região ártica, mas a maioria dos cientistas duvida.





No entanto, na Groenlândia foi encontrado um meteorito com peso de quase 60 toneladas... essa coisa caindo deve ter feito um estrago e tanto, erguendo uma enorme massa de vapor por muito tempo, alterando o clima nórdico e abalando profundamente a cultura da idade da pedra chamada Clóvis.


Sua data da queda é estimada em 10 mil anos, mas as incertezas de datação são grandes.


De qualquer forma, foi um evento pequeno se comparado com outros que podem ter ocorrido já em tempos históricos.


Há teorias recentes de que duas grandes crises ocorridas na Idade do Bronze podem estar relacionadas a impactos de meteoritos muito grandes, capazes de provocar alterações climáticas globais.



A cratera Burckle é uma hipótese levantada pela análise de marcas de megatsunamis localizadas na Austrália e Madagascar. Megatsunami quer dizer ondas realmente grandes, mais de 100 metros de altura. Uma onda com a altura de um prédio de 30 andares, coisa de cinema.


A idade proposta para esse impacto é ao redor de 3.000 aC com uma grande incerteza para mais ou para menos.





Se o impacto daquela pedrinha lá na Rússia em 2013 causou todo aquele prejuízo, imagina o que aconteceu quando esse meteorito bateu no fundo do mar... o megatsunami acabou com todas as cidades e vilas costeiras (as regiões mais habitadas) ao redor de todos os oceanos da Terra, e lançou uma massa de vapor e rochas pulverizadas que alterou o clima em todo o planeta.


Que evidências existiriam para corroborar esse impacto?


Bem, uma das mais eloquentes é o calendário maia (e não pela piada do fim do mundo, mas pela sua data de início): 


O calendário maia se inicia no dia 11 de agosto de 3.114 aC. 





Ora, o que teria acontecido de tão especial nessa data para que os maias determinassem que aquele era o fim de um ciclo de destruição e o início de uma nova era?


Maias e astecas adoravam uma serpente emplumada que voava nos céus. Qualquer semelhança com o rastro deixado pelo meteorito de Cheliabinsk não é mera coincidência.





Impactos de meteoritos têm sido desconsiderados por puro preconceito, desconhecimento e ceticismo dos cientistas. Ceticismo é bom, evita acreditar em coisas não comprovadas. Mas dificulta a aceitação de novas teorias, exigindo que sejam bem comprovadas. O que é bom, mas demorado. Ciência é assim.


Ainda não foi comprovado que o impacto da (suposta) cratera Burckle tenha dado origem às diversas mitologias de dilúvios em todo o globo. 



Mil anos mais tarde, mais uma vez diversas civilizações avançadas da Idade do Bronze entraram em colapso quase que simultâneo. O evento parece ter sido um período de seca que durou um século.

Isso causou fome generalizada e migrações em massa de povos que buscavam a sobrevivência. Sobrou para o Egito, que teve que combater os "povos do mar"; na verdade, vários povos europeus e do Oriente Médio que fugiram das condições precárias de suas terras. 




Mas a crise também havia afetado o Egito:



"As águas produtivas do Nilo estão transbordando,
Os campos não são cultivados,
Ladrões e andarilhos vagueiam e
Estrangeiros invadem o país, vindos de todos os lugares.
Doenças imperam e as mulheres estão estéreis.
Toda a ordem social desapareceu,
Os impostos não são pagos e
Templos e palácios estão sendo insultados.
Aqueles que um dia desfilaram em trajes esplêndidos, agora estão em farrapos.
Mulheres da nobreza vagueiam pelo país e se lamentam:
"Se ao menos tivéssemos algo para comer."
Os homens se atiram nas bocas dos crocodilos —
Tão fora de si estão as pessoas em seu horror.
O riso desapareceu de todos os lugares.
Só há luto e lamentações por toda parte.
Tanto velhos quanto moços prefeririam estar mortos."


"Os homens não mais velejam para o norte, para Biblos.
"Onde vamos obter o cedro para os sarcófagos de nossas múmias e o óleo para as embalsamar?""




O império acádio sofreu o impacto em suas próprias terras. Na verdade, o suposto impacto que possivelmente criou a cratera de Um al Binni ocorreu em terras acádias, numa região costeira rasa onde hoje fica o Iraque. 

O império se desintegrou após essa crise, e eis seu relato (que até pouco tempo atrás era considerado apenas uma lenda):

"Pela primeira vez desde que as cidades foram construídas e fundadas,
As grandes terras agrícolas não produziram grãos,
As terras inundadas não produziram peixes,
Os pomares irrigados não produziram vinho ou melaço,
As nuvens pesadas não choveram, o masgurum(?) não cresceu.
Naquela época, o valor de um shekel (muito dinheiro) de óleo era somente meia xícara,
O valor de um shekel de grãos era somente meia xícara. . . .
Isso vendidos a tais preços nos mercados de todas as cidades!
Aquele que dormia sobre o teto (como era costume), morria sobre o teto,
Aquele que dormia na casa, não teve funeral,
As pessoas estavam se flagelando de fome."

Essa crise foi das grandes e bem registrada por diversos povos. Mesopotâmios, hindus, chineses, povos nórdicos, todos eles relatam uma época de grande crise associada com chuvas de pedras, granizo gigantesco, tempestades de fogo, mudanças de temperatura e estações climáticas inexplicáveis (para eles).

Essas crises podem ser a origem do pensamento apocalíptico do livro sagrado dos hebreus, onde o sacrifício do bem mais querido e valioso, os próprios filhos, era algo costumeiro e sentido como obrigatório para aplacar a ira e a crueldade do(s) deus(es) que queria(m) exterminar a humanidade.

E essa não foi a última vez que o mundo esteve por um fio:


Em 1883, o astrônomo mexicano José Bonilla registrou grandes objetos passando à frente do Sol durante um dia inteiro. Ninguém mais viu, e os astrônomos europeus e norte-americanos, presunçosos e arrogantes, concluíram que o profissional se confundiu com pássaros migratórios.


Na wikipedia: Primeira foto de OVNI conhecida... hahahaha... peraí... eles estão falando sério?
As pessoas leigas e sem conhecimento pensam que essa é a prova de que discos voadores existem... nem imaginam que a realidade é muito mais simples. E muito mais assustadora.

Novos estudos feitos pela Universidade Nacional Autônoma do México concluíram que o que José Bonilla viu pode ter sido um cometa de dezenas de quilômetros e bilhões de toneladas se desintegrando tão perto da Terra que o ângulo de visão estava restrito à latitude da cidade do México.

Se apenas um desses fragmentos tivesse nos acertado (e eles passaram raspando nosso planeta à altura de nossos satélites de comunicação atuais), não haveria mais História.

Teria sido o fim do mundo de verdade.

Um abraço,

Jeff

Créditos das imagens / Para saber mais:

Supervulcão Toba: http://en.wikipedia.org/wiki/Toba_catastrophe_theory
Cratera Lonar: http://en.wikipedia.org/wiki/Lonar_crater_lake#cite_ref-6
      http://www.lpi.usra.edu/meetings/lpsc2010/pdf/1661.pdf
Cratera Barringer: http://en.wikipedia.org/wiki/Meteor_Crater 
Cratera atômica: http://pt.wikipedia.org/wiki/Operação_Sedan
Cratera Burckle: http://en.wikipedia.org/wiki/Burckle_Crater
Megatsunamis: http://en.wikipedia.org/wiki/Megatsunami
Deuses astronautas: http://en.wikipedia.org/wiki/Ancient_astronauts
Cheliabinsk: http://pt.wikipedia.org/wiki/Meteoro_de_Cheliabinsk
Calendário maia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Calendário_maia
Teoria de Duncan Steel: http://personal.eunet.fi/pp/tilmari/tilmari2.htm
Impacto ártico: http://en.wikipedia.org/wiki/Younger_Dryas_impact_hypothesis
Extinção da megafauna: http://en.wikipedia.org/wiki/Quaternary_extinction_event
Meteorito de Cape York: http://en.wikipedia.org/wiki/Cape_York_meteorite
Crise da Idade do Bronze: http://en.wikipedia.org/wiki/Late_Bronze_Age_collapse
         http://en.wikipedia.org/wiki/4.2_kiloyear_event
         http://web.ics.purdue.edu/~rauhn/FallofBA.htm
         http://www.sci-news.com/archaeology/science-collapse-late-bronze-age-civilizations-climate-change-01316.html
Fome no Egito: http://egyptologist.org/discus/messages/24/5384.html?1033936535
Império acádio: http://en.wikipedia.org/wiki/Akkadian_Empire
Dilúvio de Noé: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dilúvio_(mitologia)
Dilúvio de Utnapishtim: http://pt.wikipedia.org/wiki/Utnapishtim
Dilúvio de Deucalião: http://pt.wikipedia.org/wiki/Deucalião
Le déluge de Léon Comerre - Musée de Beaux Arts de Nantes
Cratera mesopotâmica: http://en.wikipedia.org/wiki/Umm_al_Binni_lake
José Bonilla: http://pt.wikipedia.org/wiki/José_Bonilla